Revolução no Mercado de Capitais do Brasil: o crescimento recente é sustentável? publica as contribuições apresentadas, na forma de textos, no I Fórum do Mercado de Capitais. Esse evento foi realizado na cidade de São Paulo pelo IBMEC - Mercado de Capitais em 5 de setembro de 2007 e teve o apoio de todas as principais instituições do mercado. Com ele, abriu-se um importante espaço para discussão dos principais fatos observados nesse mercado: através de projeto estruturado, desenvolvido pelo Ibmec em 2006 e que pretende ter continuidade, colhendo de forma sistemática subsídios para a formulação de propostas que contribuam para o aprimoramento constante do mercado de capitais no Brasil. O título do livro, o quinto da série Estudos Ibmec, reflete bem a grande expansão e o notável aprimoramento recentes do mercado de capitais brasileiro. Ele se transformou ao longo dos primeiros anos do século XXI no principal financiador das empresas brasileiras, abertas ou em condições de fazer a abertura de seu capital. Esses avanços têm tudo para se tornarem sustentáveis. É o que destaca João Paulo dos Reis Velloso na introdução: ao referir-se aos grandes aperfeiçoamentos em matéria de regulação, auto-regulação e governança corporativa; ao destacar a diversidade dos novos mecanismos de financiamento; ao salientar a eficiência adquirida pelos agentes do mercado; e ao reconhecer a atenção conferida ao mercado de capitais pelas autoridades econômico-financeiras governamentais. O presidente da Bovespa, Raymundo Mogliano Filho, salienta que, em 2006, o mercado de capitais financiou R$ 120 bilhões, equivalentes a mais do dobro dos desembolsos do BNDES. E o diretor da CVM, Durval José Soledade dos Santos, reconhece no mercado uma "exuberância racional" que testemunha sua maturidade. Claro, há cuidados a tomar. Para Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinotti, os efeitos da turbulência internacional recente sobre o equilíbrio macroeconômico brasileiro têm sido pequenos, mas nem por isso o país se tornou invulnerável. E, em estudo exaustivo e bem fundamentado, Carlos Antonio Rocca, embora espose posição otimista quanto à sustentabilidade do crescimento do mercado de capitais, enfatiza a importância, para a consecução desse objetivo, de um ajuste fiscal de longo prazo, da redução e racionalização da carga tributária e da recuperação da economia formal, entre outras medidas. O presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto, considera necessária a adoção de novas tecnologias de gerenciamento de riscos sem deixar de lembrar a importância que ganharam os mercados derivativos no Brasil. E o presidente da Abrasca, Antonio Duarte Carvalho de Castro, contrapondo volatilidade a estabilidade, vê nas grandes oscilações que ocorrem no mercado de capitais brasileiro o reflexo de nosso desequilíbrio macroeconômico básico: o das contas públicas.