O grande mérito de Fabrício neste livro é a tentativa de pensar a sociedade do trabalho em sua globalidade. Para além do simples fato de se discutir se ainda vivemos em uma sociedade do trabalho ou não, como faz boa parte do marxismo dominante entre nós, a grande questão que recebe atenção em sua empreitada é que a produção e a reprodução da desigualdade social, agudizada pela precariedade do trabalho tanto no centro quanto na periferia, não pode mais ser pensada apenas na dimensão das sociedades nacionais. Ainda que as desigualdades internas a cada Estado nacional resguardem as suas especificidade, o grande desafio enfrentado aqui é tentar mostrar como algumas mudanças profundas das condições e nas relações de trabalho se apresentam agora como universais.