Agora nós perdemos as estribeiras, lançamos nossas picaretas de ferro na superfície de pedras e rochas inquebráveis. O que estamos fazendo de nossas vidas? Por que estamos juntos aqui neste domingo? Deus não nos deu o domingo para descansar? Ele ainda existe? Por que não nos devolve nossos filhos e por que nos pune com esse sol e esse estado que mais parece o inferno? Mas nós não nos vamos daqui. Aqui surgimos e seremos enterrados na mesma terra, onde descansam torturados e decompostos os cadáveres de nossos filhos. Depois de mortos, estaremos rondando essas terras por séculos. Nossas almas serão o tormento desse governo. Não nos esquecerão, nem que queiram. Vamos ficar gritando entre os espinhos, entre as montanhas e o eco da nossa dor não os deixará dormir o sono dos justos, pois não haverá justiça sem que todos estejam aqui presentes mortos ou vivos.