Este estudo é marcado principalmente pela originalidade do tratamento da questão do menor; ele desloca o eixo das atenções voltado tradicionalmente para o menor marginal e centra o foco sobre o menor trabalhador empregado e possuidor da carteira de trabalho registrada. Com base nas histórias de cerca de mil menores legalmente inseridos no processo de produção formal e nas entrevistas com seus empregadores, Cheywa Spindel preenche uma lacuna na historiografia do trabalho no Brasil. Com isto presta grande contribuição aos formuladores de estratégias de ação em relação ao menor que sempre buscaram suas soluções na necessidade de uma política de passagem do menor do trabalho ilegal para o trabalho legal, sem se aprofundar nas questões que envolvem a viabilização desta 'operação repasse'. Leitura obrigatória para cientistas sociais especialistas em relações de trabalho, para o público institucional voltado para a criança e o adolescente e todos os interessados na análise da conjuntura econômica brasileira no período 70/80, visto através desta renomada socióloga neste estudo de caso competente e inédito.