Roberto Heloani e Margarida Barreto, é preciso enfatizar, têm sido incansáveis pesquisadores na caracterização desta tragédia, no desenho de seu diagnóstico, na demonstração de seus tantos aspectos nefastos, antissociais, verdadeira­mente anti-humanos. Neste novo e contundente livro, os autores demonstram como o uso recorrente dos assédios vem efetivamente se convertendo em eficaz estratégia de gestão. Escrito de modo claro e contundente, o universo visitado pelo livro é de grande amplitude, com ricas informações sobre as experiências internacionais e tam­bém sobre o caso brasileiro. Seu temário dá ideia de sua abrangência: a violência presente nos assédios, seu tratamento judicial; suas práticas na administração, na intensificação do trabalho; seus elementos causais, seus riscos psicossociais, sua história, suas expressões em diferentes países e continentes; as similitudes, aproximações e diferenciações entre mobbing, bullying, assédio; suas dimensões de gênero; as culpabilizações e os direitos; a justiça, as responsabilidades, todos estes pontos são tratados de maneira clara e crítica. Temos, portanto, uma excelente radiografia crítica. Os estudiosos em geral, os administradores em particular, todos e todas que vivenciam em seu cotidiano essa pragmática nefasta, encontrarão nas páginas que seguem uma análise densa e qualificada deste complexo social que avassala o mundo do trabalho de nosso tempo. As perguntas e as respostas de Roberto Heloani e Margarida Barreto fogem de qualquer tipo de tergiversação.