Bahia Blanca é uma pequena e simplória cidade ao sul da província de Buenos Aires, Argentina. Lugar que abre a Patagônia argentina e também este romance. Aqui nasce a saga de Giusepe Siracusa. Aqui ele nasce, cresce, não se reproduz e não morre, mas começa uma estória de um homem que tinha tudo para ser um a mais do monte, uma pessoa comum. Teve que se descobrir aos poucos, quando criança, aguentando as lamúrias de uma mãe, recentemente viúva. Veio a pré-adolescência e a descoberta do seu sexo. Já adolescente, tomou gosto pelo sexo oposto e quase enlouqueceu sua mãe. E quando quase homem, por razões acadêmicas, muda-se para a capital, Buenos Aires. De outro lado, numa estória paralela, um navio abarrotado de emigrantes avança em direção ao Atlântico Sul, procurando o porto do Rio de Janeiro e trazendo consigo o complemento deste romance. A ditadura militar do regime Videlista e sua Copa do Mundo em 1978 são mostradas por dentro: o poder que vai desde a corrupção com inúmeros desvios do dinheiro público até os porões de tortura. Por vezes, esse romance se transforma num documentário, trazendo com fidelidade a narrativa dos torturados e de que maneira conseguiam os facínoras de plantão, no poder, retirar do país o dinheiro roubado. Giusepe faz parte de tudo o que é ilícito e se locupleta com o sistema, mas... por acaso, num gesto de arrependimento, compra uma nuvem no céu. E é por causa desse movimento, que sua vida celestial, no Paraíso, terá um desconto. — E quem é Penélope Albuquerque? — Aí é demais! Que tal ler o livro?