O homem contemporâneo tem se mostrado cada vez mais como um ser associal integrado” e as instituições representado modelos organizacionais efetivos que operam por estratégias práticas dissimulatórias. O direito talvez seja o exemplo mais ilustrativo desse mecanismo. Suas estruturas são precisamente ordenadas e ordenantes, entretanto sua aplicação, sua prática, tem revelado uma lógica para atingir resultados satisfatórios que é falseada e portadora de uma coerência sistemicamente ludibriante. A manutenção do equívoco é o que faz valer a “lógica do resultado efetivo e ela ocorre num ambiente dissimulador por meios contrários às próprias propostas estruturais básicas que compõem o direito. A ilusão do direito que vem sendo vivenciada hoje em dia é demonstrada de forma clara e aturdida em nosso País nos atos processuais de colaborações premiadas cujo prêmio máximo mostrou como a política neste País é uma questão de financiamento empresarial e arranjos politiqueiros que dissolvem qualquer lógica partidária, mesmo ideológica e acaba por revelar uma outra ideologia que passa pelo empresariamento de si e atinge o nível de uma compulsão esvaziadora capaz de sugar até as pontas dos cabelos. Esta obra reflete, portanto, sobre o jogo ilusório do direito e da racionalidade jurídica no contexto jurídico-político de nossa sociedade.