A supervisão clínico-institucional foi implementada pelo Ministério da Saúde como ferramenta indispensável à qualificação da rede de serviços psicossociais, territoriais, da atenção secundária brasileira. Casos políticos, organizacionais e clínicos podem ser discutidos no contexto dos serviços, das redes, do planejamento e das políticas de saúde mental. O objetivo deste livro é descrever a experiência de supervisão clínico- institucional de dois Centros de Atenção Psicossocial - Caps de Fortaleza, Ceará, Brasil, responsáveis por regionais habitadas, em média, por 300.000 pessoas, e dispondo de equipe multiprofissioanal de, em média, 26 trabalhadores. A narrativa das experiências, constituídas por memórias das reuniões produzidas pelo supervisor e validadas eletronicamente por toda a equipe, é precedida por um manual de organização de Caps, elaborado a partir de experiencias anteriores. (Quixadá e Sobral) e do texto do projeto aprovado para o desenvolvimento da atividade. O modelo das doze supervisões realizadas em cada Caps, no período de um ano, entre final de 2008 e final de 2009, foi composta por abertura, dinâmica de grupo, avaliação de recomendações indicadas na supervisão anterior, novas recomendações e avaliação do trabalho do dia. A experiência resultou em produção coletiva de significados, reforço à capacidade técnica e à militância política, mapeamento e hierarquização de problemas relacionais, comunicacionais, técnico- clínicos, de gestão, de planejamento e de acompanhamento. Desde modo legitima-se a ferramenta da supervisão clínico-institucional como estratégia de qualificação da gestão dos processos de trabalho e dos projetos terapêuticos, na perspectiva do Sistema Único de Saúde e da Reforma Psiquiátrica.