Não simplesmente por causa das laranjeiras enfileiradas dos dois lados da rua principal. Nem apenas pelo sempre perfume de laranja madura. Tampouco pelas fumaças, fugidas dos tachos, que se exibiam à frente dos turistas, puxando os olhares para as janelas com legendas: Doce de Laranja. Não era por nada disso, mas existia mesmo uma estranha e mágica névoa alaranjada naquele lugar. E foi dentro dessa névoa alaranjada que Carolina e seu irmão Zezin viveram os desacontecimentos dos dias, junto com o filhote de dragão que tinha espírito de formiga, enquanto o quintal poderia virar um mar cheio de peixes e os garotos da escola voavam por dentro das histórias, puxados pelo colega que não se chamava Albano, até um céu de fundo do mar.