Na segunda etapa da Trilogia dos altos mares, Os contrabandistas , de Iain Lawrence, John Spencer mostra-se fascinado pela escuna que ia levá-lo até Londres para entregar um carregamento de lã. Não se cansava de admirar a enorme cabeça de dragão esculpida na proa do barco. Utilizado anteriormente por contrabandistas, o Dragão agora escondia muitas lendas e era capaz de deixar um rastro de medo por onde seu nome fosse ouvido. Rápida e engenhosa, a embarcação parecia até ter vontade própria. A tripulação, no entanto, comandada pelo dissimulado capitão Crowe, sabia domá-la e navegá-la com segurança. Mas John não conseguia partilhar o mesmo sentimento de seus companheiros de viagem. Depois do conselho que recebera de um misterioso cavalheiro para abandonar o navio cujas sombras do passado emergiam banhadas em sangue, o rapaz começou a duvidar de si mesmo. Será que conhecia o Dragão tão bem quanto imaginava? Certamente aquele não era o melhor momento para tantas dúvidas. Não para ele, John Spencer, marinheiro de nascimento e de coração, que partiu então para mais uma grande aventura.