Em Lisboa, no fim dos anos 20, a rua do Mundo teve seu nome mudado para rua da Misericórdia. Esse fato urbano serviu de motivo para o poema que dá título ao livro, uma conversa emocionada com a poeta portuguesa Luiza Neto Jorge. Ao mesmo tempo, é o ponto de partida para as duas linhas complementares que dão a tônica de 'Rua do mundo' - a rua como metáfora do mundo e a imagem do mundo como rua. Nessa ótica, as coisas cotidianas ganham densidade e valor poético, e ao mesmo tempo o que parece distante e impalpável ganha a proximidade das coisas que conhecemos e que nos reconhecem.