Nos anos 50 São Paulo assume a condição de maior metrópole nacional, o grande pólo econômico e cultural do país; é também o momento em que tem início uma produção cinematográfica local minimamente regular, vinculada ao acelerado processo regional de industrialização e urbanização. Os anos 60, numa espécie de contraponto à década anterior, vêem as contradições socioeconômicas se acirrarem, precipitando a crise política que culmina no golpe militar de 1964. Passa-se abruptamente de um clima de liberdade de expressão para um de repressão e censura. Um período, em suma de transformações rápidas e intensas com inevitáveis impactos sobre os padrões de sociabilidade da capital paulista. A intenção deste estudo é identificar eventuais rupturas e continuidades no tecido sociourbano da metrópole a partir de uma amostra representantiva da filmografia de ficção local produzida nessas duas décadas, privilegiando a análise de aspectos formais e características específicas da linguagem cinematográfica.