A partir de seu observatório pessoal, Andityas escreve com rigor investigativo e voz analítica cônscia, visitando os estágios pantanosos das condições sociais, humanas, políticas, culturais e literárias que nos atingem. A contingência de um acidente a impor-lhe a camisa de força de uma bota ortopédica que o retém em casa em inércia física aperta o gatilho, proustianamente, de seu inconsciente: deflagra-se um processo de incisivas indagações sobre a sua própria existência e a recente história do país. Nesse período de denso e intenso questionamento, vêm à tona seu entorno geográfico-doméstico, como também o intelectual, funcional e afetivo, extensões de uma escrevivência que mapeia e dimensiona perplexidades. Por via daquela interdição, quando a casa se converte num belvedere para o autor afastado do mundo real, em divórcio das atividades da vida prática e no vórtice de seu próprio isolamento, deambula em clave peripatética pelo mundo das ideias para tentar entender nosso (...)