A partir da predominância de frases curtas e objetivas, vamos sendo apresentados a uma comovente história de amizade, onde os contrastes entre duas meninas acabam por se entrelaçar, fortalecendo tanto Rosaura quanto Liliane. O mérito incomum de Rô e Lili ao fugir da óbvia tentação de mergulhar a todos no lugar do sofredor do bullying é o de colocar seu leitor como espectador de um contexto que se faz presente desde sempre, de uma forma ou de outra, nos ambientes escolares. E aí constata-se a força do tipo de fraseado adotado pela autora. Essa aparência de neutralidade da narrativa acaba por gerar, de modo inteligente e natural, o sentimento que evita o delito do bullying: EMPATIA. Ao deixar de lado o verniz da vitimação, o texto atua de dentro pra fora, e dá margem a que emerja um forte sentimento solidário, porque enraizado. A ambiência do cotidiano escolar, belamente ilustrado por Fran Junqueira, aproxima ainda mais o pequeno leitor das situações que se fazem presente em [...]