Este romance épico baseado diretamente na his­tória japonesa narra um período da vida do mais famoso samurai do Japão, que viveu presumivelmente entre 1584 e 1645. O início é antológico: Musashi recupera os sentidos em meio a pilhas de cadáveres do lado dos vencidos na famosa batalha de Sekigahara, em 1600. Perambula a seguir em meio a um Japão em crise onde samurais condenados por senhores feudais ao desemprego e à miséria (os rounin), desbaratados, semeiam a vilania ditando a lei do mais forte. Musashi será mais um dentre estes pequenos tiranos, derrotando impiedosamente quem encontra pela frente até que um monge armado apenas de sua ma­lícia e de alguns preceitos filosóficos zen-budistas consegue capturá-lo e pô-lo rudemente à prova. Musashi foge graças a uma jovem admiradora, para ser novamente capturado, e agora fica três anos confinado numa masmorra onde uma longa penitência toda feita de leituras e reflexões o fará ver um novo sentido para a vida, assim como novos usos para sua força e habilidade descomunais. Os caminhos rumo à plenitude do ser jamais são fáceis, e em seus anos de peregrinação em busca da perfeição tanto espiritual quanto guerreira enfrentará os mais diversos adversários. É numa dessas situações que, totalmente acuado, usará pela primeira vez, em meio ao calor da luta e quase inconscientemente de início, a surpreendente técnica das duas espadas, o estilo Niten ichi, que o tornaria famoso pelo resto dos tempos. O leitor poderá assistir a seu amadurecimento, acompanhando o percurso que o levou a transformar-se de garoto selvagem e sanguinário no maior e mais sábio dos samurais, capaz de entender e amar tanto a esgrima quanto as artes.