Está-se diante de um trabalho denso, muito rico, abrangente e rigoroso na análise dos principais problemas que afligem o mercado da saúde suplementar, mais especificamente os seguros e planos de saúde privados, comercializados no brasil. Revela o autor uma preocupação humanista e crítica com o atual modelo brasileiro, expondo-o com detalhes, quer em termos de eficácia, quer em termos de sustentabilidade, questionando, ainda, os papeis da agência reguladora e do próprio poder judiciário. Suas considerações não são apenas teóricas, acadêmicas; ao revés, procura o autor lançar contribuições válidas para a realidade brasileira, estimulando o leitor a análises e reflexões mais profundas. E o faz com a tranquilidade e a serenidade dos grandes mestres, enriquecendo os seus estudos com importantes remissões ao direito comparado, notadamente, ao sistema português. Para a tranquilidade e alívio dos leitores, não transformarei em resenha de cada capítulo esta introdução, que se impõe breve. Ademais, seria privá-los do prazer de degustá-los, diretamente. Nada obstante isso, convém, ainda que em rápidas pinceladas, referir que o autor dedica bastante espaço para a contextualização dos problemas para os quais chama a nossa atenção. Vejamos. Nos primeiros sete capítulos, o autor entrega ao leitor noções essenciais sobre valores e direitos fundamentais, conceitos e institutos relacionados ao mercado da saúde suplementar, suas origens, finalidades e razão de ser, bem assim os arcabouços constitucional, infraconstitucional e regulamentar relacionados ao tema, com ricas notas de direito comparado. Já a partir do capítulo 8, avança o autor sobre específicos problemas ligados aos contratos de seguros e planos de saúde na realidade brasileira - inclusive a tormentosa e sempre preocupante elevação dos preços desses produtos[...]