As consultas da Seção dos Negócios Estrangeiros do Conselho de Estado foram conservadas, desde o século XIX, nos arquivos do Ministério das Relações Exteriores. Ali encontramos originais e cópias das consultas, as últimas apresentando, muitas vezes, erros e lacunas. Escaparam, ainda assim, à "desordem e confusão" em que se encontravam já em 1862, segundo o visconde do Uruguai, os negócios do Conselho de Estado. Segundo José Honório Rodrigues, foi o Itamaraty - "sempre muito cioso dos seus documentos e consciente de sua importância como prova histórica, especialmente nas questões de limites" - o único dos ministérios a conservar a guarda dos documentos. Foram tratados como textos de referência, encadernados, juntamente com resenhas, opiniões e pareceres de funcionários da secretaria, notadamente os do visconde do Rio Branco, no período em que foi consultor do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Constituem importantíssima fonte para o estudo de nossa política exterior, em cuja formulação desempenhou o Conselho de Estado notável papel, atuando não somente como instância técnico-administrativa, mas, pelo menos em certo período, como verdadeiro think thank, dedicado à reflexão sobre as principais questões de nosso relacionamento internacional.