Em ‘Neurocárcere’, o leitor-espectador vai se deparar com duas mulheres enigmáticas: Hilda, senhora de meia idade, mãe de três filhos, amargurada, cheia de mágoas. Paciente crônica, vítima de um tumor no fígado, ela está internada ao lado de Carmem, uma Jovem e entusiasmada estudante de Engenharia Ambiental, apaixonada pela vida, que tenta resistir à persuasão da companheira de leito. Motivada pelas suas próprias amarguras, Hilda ignora o diagnóstico de uma irrelevante intolerância à lactose dado pelos médicos à universitária, e tenta a todo o custo, arremessá-la nos braços do pessimismo, e por consequência, da morte. Já em Fausto, a cadeira de balanço está ocupada por Deus, que assiste, enquanto embala o próprio corpo, às investidas do diabo Mefistófeles na tentativa de obter a alma do professor-cientista, um obstinado, que cultiva a grande ambição de receber o Prêmio Nobel da Paz. Apaixonado pela bela Margarida, Fausto percorrerá caminhos estreitos na companhia do ‘Cão’, dividido entre a esperança de ter a donzela em seus braços, ou ter que ceder às deliciosas tentações oferecidas pelo demônio.