Pesquisar crianças e jovens, ou com crianças e jovens, implica diretamente uma reflexão sobre a posição do investigador, sua relação assimétrica em relação aos pesquisados, e sobre os efeitos de tal assimetria no fazer da pesquisa. Os estudos de pesquisa-intervenção têm crescido no campo da infância e da juventude. Isso é revelador na medida em que partem exatamente da pesquisa com grupos politicamente minoritários os desafios de se re-pensar os modelos canônicos de pesquisa baseados em uma distância entre pesquisador e pesquisado e em um controle do processo de pesquisa a partir da centralidade dada à posição do pesquisador. Como muitos autores deste volume vão mostrar, há uma implicação, ou ainda, um compromisso político e/ou ético, quando se adota esta ou aquela metodologia na pesquisa com crianças e jovens, quando ingressamos em uma área em que tais escolhas não são isentas, neutras, e nem podem ser ingênuas.