No conto de abertura, que também dá título ao livro, um velho e um cão cansado arrastam-se mutuamente através de uma interminável ladeira. "Nenhum dos dois conseguia disfarçar os danos da velhice, que suportavam em silenciosas e mútuas acusações", escreve Braff. Uma cena aparentemente cotidiana é o ponto de partida para que o autor demonstre seu talento para criar imagens e situações que, ao chegarem tão perto dos pequenos detalhes da realidade, tornam-se assombrosas - assustadoramente cotidianas, absurdamente reais. Quem é o homem, quem é o animal? Quem está realmente com a coleira no pescoço? São questões que, manifestando-se através das mais variadas formas, surgem em todos os contos subseqüentes. A Coleira no Pescoço traz pequenos instantâneos que, descrevendo um mundo exterior, são capazes de revelar todas as nuances da psique humana.