Este é o segundo volume da nova edição, totalmente revista e atualizada, de uma obra realizada por professores e colaboradores do Instituto de Estudos Portugueses da Universidade de São Paulo que, desde 1961, vem abrindo novos caminhos para o ensino da literatura portuguesa no Brasil. Neste Presença da Literatura Portuguesa - Volume 2: Era Clássica chegamos ao Renascimento, com a plenitude de artistas maduros e maiores como Padre Antônio Vieira e Bocage. Antonio Soares Amora seleciona o que de mais importante foi produzido numa época que foi o espelho dos descobrimentos por via marítima e mostra seu impacto na cultura e na sociedade em geral. A Era Clássica foi dividida em três fases: a primeira vai de 1527 a 1580, quando, enquanto os descobrimentos sacodem os alicerces sociais, os escritores realizam suas próprias viagens no papel, atravessando mitos e mundos. A segunda, de 1580 a 1767, a mais longa e rica, encara a restauração de um mundo profundamente transformando. A terceira, de 1756 a 1825, assimila o ideário do Iluminismo e limpa o terreno para que no futuro haja a pujança dos românticos. Sá Miranda, Antônio Ferreira, Camões, João de Barros, Damião de Góis, Diogo do Couto, Samuel Usque, Frei Heitor Pinto, Frei Amador Arrais, Fernão Mendes Pinto, Gonçalo Mendes Trancoso, Francisco Rodrigues Lobo, Violante do Céu, Dom Tomás de Noronha, Dom Francisco Manuel de Melo, Padre Antônio Vieira, Mariana Alcoforado, Padre Manuel Bernardes, Antônio José da Silva, o Judeu, Antônio Dinis da Cruz e Silva, Pedro Antônio Correia Garção, Domingos dos Reis Quita, Nicolau Tolentino de Almeida, Francisco Manuel do Nascimento, Marquesa de Alorna, Bocage e José Agostinho de Macedo fazem parte desta era. Já se podia olhar para trás e divisar toda uma tradição; já se podia olhar para a frente e intuir todo um futuro. "História literária ensina-se; literatura, não", afirmam os organizadores na apresentação. "Esta, cada um aprenderá por si, lendo, compreendendo e avaliando as obras que constituem o patrimônio artístico e espiritual de um povo. Assim, não é demais concluir que antologias, organizadas com bons critérios seletivos e com suficientes informações a respeito dos textos, são, sabidamente, mais úteis ao conhecimento de uma literatura que as histórias literárias, consideradas, hoje, apenas livros de consulta para uma orientação histórica."