A sociedade atual está organizada a partir das ciências e das tecnologias e por um modo de vida centrado na satisfação imediata dos desejos de cada indivíduo. A tecnociência explica e resolve quase tudo. As práticas de consumo satisfazem quase tudo. Nesse contexto, muito já se perguntou pelo papel da religião e da fé. A sociedade satisfeita e bem informada ainda precisa da religião? a fé vai desaparecer das vidas individual e coletiva? Não ter religião significa ser ateu? o futuro coerente da humanidade é o ateísmo? o ateísmo é o oposto da fé? As respostas a essas perguntas podem ser retiradas da vida prática e de explicações teóricas. Os dados censitários revelam o decrescimento gradativo dos que afirmam praticar alguma religião, tanto no mundo quanto no Brasil. As teorias associam esse decréscimo aos processos de modernização das sociedades. Diante desse quadro, o presente livro busca mapear os conceitos de ateísmo e irreligiosidade em autores que os explicaram e também, em alguns c asos, os indicaram como tendência a ser adotada pelo homem moderno, regido pela lucidez da razão. Os autores são psicólogos e abordam as temáticas a partir dessa perspectiva. Os estudos que compõem a presente coletânea nasceram do Grupo de Estudos de Psicologia da Religião do Programa de Estudos Pós-graduados em Ciência da Religião da PUC-SP. O objetivo imediato do presente volume é apenas o de fazer um estudo preliminar que capte e descreva aspectos fundamentais da crise de identidade.