O sexo e a morte se entrelaçam neste livro de Antonio Farjani, obra de fôlego impressionante cujo tema gira em torno da fêmea fatal. Começando pela zoologia, com as espécies nas quais o macho é sacrificado após o coito, o texto passa pela sociobiologia, antropologia, psicologia, mitologia. O medo do defloramento, a virgemmãe cósmica, deusasmães insubmissas, deusas assassinas, virgens vingativas, amantes caluniadoras, a ingrata filha do rei, esposas que embriagam seus amantes para gerarem seu substituto, rainhas que criam seus filhos para destronarem seus próprios pais. Deusas lunares, Lilith, a Lua Negra e as Madonas negras, símbolos do caos e da fertilidade. Amantes fatais na Bíblia: Deborah, a profetisa; Jael, a “cabra montesa” vingadora de seu povo; Judith, a amante sangrenta do general invasor de sua terra. O deus castrado, o herói decapitado e a deusa consumida nas chamas de seu consorte. Rituais sem idade de sacrifício do rei, de amor e morte. Sansão e Dalila, e o arquétipo da amante fatal. Sansão, deus solar, e Dalila, imagem da Lua. A terceira parte desta obra faz uma minuciosa interpretação astronômica desse famoso mito bíblico, que se desdobra em níveis tão diversos quanto fascinantes, até chegar na figura da VirgemMãe cósmica, geradora do Logos e origem da Criação.