O Paraná é, com certeza, o estado em que a pedagogia histórico-crítica teve maior penetração, registrando, inclusive, diversas tentativas de introduzi-la em suas escolas públicas. Isso ocorreu desde a posse, em 1983, do primeiro governador eleito por meio do voto direto em 1982, quando ainda o país se encontrava sob a vigência da ditadura militar. Desde aquela época até os dias de hoje, além da iniciativa relativa à rede estadual, diversos municípios caminharam na mesma direção, buscando adotar a orientação da pedagogia histórico-crítica em suas redes de ensino. Este livro é, pois, muito bem-vindo. Esclarecendo as condições em que se deu a tentativa de implantação da pedagogia histórico-crítica no Paraná entre 1983 e 1994, projeta uma luz sobre os processos de articulação da educação com os interesses e necessidades da maioria da população que é representada pela classe trabalhadora. E essa é uma questão que se encontra, mais do que nunca, na ordem do dia na fase atual de resistência às políticas neoliberais e de encaminhamento de formas superadoras que coloquem a educação em consonância com a transformação estrutural da sociedade brasileira, o que é, ainda que não se tenha consciência clara disso, a aspiração da grande maioria do povo de nosso país.