O tédio aparece em diversas manifestações culturais como anúncios, músicas e ensaios, reafirmando a importância deste termo para o mundo moderno ao designar uma forma de emoção cada vez mais freqüente. Em Do luxo ao fardo, Pedro Salem explora as articulações entre as experiências afetivas dos sujeitos e seus contextos culturais para construir um estudo histórico sobre esta experiência que ocupa cada vez mais espaço em nosso cotidiano. Partindo da premissas de que o tédio é uma construção social, expressa primordialmente pela linguagem, Salem estuda os diversos conceitos de tédio, desde as hipóteses sobre seu surgimento, passando pelos significados atribuídos ao tédio pelas literaturas do século XVIII e XIX e o tédio pós-burguês do século XX. Defendendo o tédio como peça fundamental de uma engrenagem cultural, o autor investiga o seu sentido na contemporaneidade, frente aos processos de subjetivação. Nas palavras de Jurandir Freire Costa, "com a ajuda discreta, cortês e competente" de Pedro Salem "talvez vejamos o tédio em seu real tamanho; isto é, do tamanho dos sentimentos humanos, aos quais podemos dar o sentido mais útil à conquista da felicidade".