Em um tempo no qual as palavras se multiplicam para, muitas vezes, nada dizerem, nas inúmeras camadas de comunicação de nossa contemporaneidade desde a chamada grande imprensa, passando pelo universo digital dos sites e perdendo-se na gigantesca mata fechada das redes sociais, surge, conciso e oportuno como uma lanterna, Rupestres, quarto livro do poeta Carlos Frederico Manes. Ao mesmo tempo um diagnóstico de nosso século e seu elixir, os versos de Rupestres derramam-se como gotas aromáticas que se oferecem a nossos sentidos, nosso intelecto e como aponta, solenemente bem-humorado, o poema de abertura ao juízo de quem não tem limo no ouvido. Passeando pelas tendências da arte e da poesia concreta da segunda metade do século XX sem nelas se limitar, e, ao contrário, repintando-as através de novos e inesperados ângulos, Manes registra o seu tempo e o atemporal, o nacional e o universal, a ordem e o espanto: [...]