Da grandeza de meu tetravô materno só guardei as vassouras; das fazendas só as fotografias... E agora escrevi este livro, diz a autora neste romance arrebatador e imaginoso, mas fincado numa fazenda cuja memória brota dos escombros. Os escravizados, inimigos inconciliáveis do dono, são personagens solares deste notável romance, que consegue conciliar documento e ficção numa prosa de fascinantes recursos criadores. A escritora sabe lidar com maestria invejável, trazendo para seu romance o escravo que tinha sido rei ou príncipe em sua terra e agora, inconformado com a má sorte, transforma-se em profeta raivoso para, no terreiro, báculo nas mãos, anunciar o fim dos barões do café: Os barões e fazendeiros e os filhos de seus filhos vão sofrer tanto quanto nós sofremos no cativeiro!. [...]