Fracassado, enraivecido com a própria incapacidade, aproximou-se de Verônica e quebrou-lhe o nariz. Tomado de súbita fúria, enfiou os dedos nos seus olhos, arrancou-lhe pedaços de argila ainda úmida. Subjugado, possesso, mas não sem sentir um certo prazer, agarrou o primeiro objeto ao seu alcance e deu com ele sobre as estátuas, enquanto misturado ao pranto sem lágrimas, quase soluço, vinha também uma espécie de riso, um riso cavernoso, e a sugestão mefistofélica de que a grande obra, aquela a dar sentido à sua existência, seria a estátua de Valéria nua, conforme a surpreendera no banheiro, ou vestida apenas com uma camisola transparente,como a vira em sonho.