Uma vida completa é cheia de limitações. A de Tatiana Rolim logo lhe mostrou uma das mais sufocantes: a cadeira de rodas. Em sua biografia nos fala da história da menina que, aos 17 anos, sofreu um tropelamento e nunca mais andou. Meu Andar Sobre Rodas nos conta, de forma crua e sem constrangimentos, como a autora se aceitou no papel dessa menina. Onde mencionar força de vontade parece ser clichê, ela desliza por entre cicatrizes, sondas, esperas e idéias, e mostra como teve que afastar todo o pessimismo do nunca mais e engolir a rotina de todo mundo, do seu novo jeito. Assim, lemos a rotina da autora, interrompida em um momento em que tudo o que tinha a fazer era se pregar a esses dias que se seguiam de dias, paralizados na demora de se adaptar, mais uma vez, ao mundo. Ser cadeirante, estudante, namorada, filha, cidadã e ainda assim, uma pessoa normal. Ou mais que isso. As Rodas de Tatiana: giram, deslizam, espinam a menina, quais lindas pernas bailarinas.