O movimento metodista inglês do século XVIII sustentava-se numa estreita relação entre a prática religiosa e a prática escolar. O metodismo que se transferiu para os Estados Unidos seguiu a tradição de fundar escolas em locais onde eram implantadas as igrejas. Organizar igrejas e escolas não seriam práticas estanques, com alguns se restringindo aos cultos e outros à instrução as ações eram intercambiadas. Os metodistas que vieram para o Brasil, na segunda metade do século XIX, estavam também convictos da missão de evangelizar e instruir as sociedades que os acolhiam. Com a instauração do regime republicano, espraiaram a pedagogia do ensinar e converter, buscando fortalecer a denominação. Quando o catolicismo foi desvinculado do Estado, o metodismo intensificou a organização de templos e escolas, fazendo das diferentes práticas educacionais um canal de diversificação da religiosidade brasileira. Neste livro, as ações proselitistas, políticas, normativas e escolares são analisadas como contribuições do protestantismo ao processo de consolidação do regime republicano. Nos percursos de formação de escolas e igrejas metodistas, procura-se sinalizar para o fato de que a educação escolar e a prática religiosa são portadoras de mensagens eivadas de expectativas de certo tipo de civilidade privilegiada pelos republicanos da primeira metade do século XX.