A despeito de qualquer outra justificativa para realização desta obra, consideramos que modo profissional da educação tem uma responsabilidade social para com as minorias existentes no contexto social do qual participa, cumprindo a função dialética proposta por Freire entre o ser humano e seu mundo. Como profissional da educação, não dá para ignorar o contingente de jovens e adultos imigrantes e também seus filhos, que buscam nas escolas brasileiras as chances de uma inclusão social. De igual maneira, não é possível assumir uma ideologia fatalista de imobilidade conforme denuncia Freire em seus escritos, frente à opressão sofrida por tais grupos no interior da própria escola, que normalmente isolados e discriminados pelos traços físicos e linguísticos, têm sido vítimas de preconceito ou sofrido em algum momento palavras de desprestígio ou ação de isolamento social. Assim, ao tempo que esta obra atende a inquietações pessoais, também responde a uma exigência social, quando contribui para elucidação dos problemas relativos à exclusão social de jovens e adultos, cujo processo de escolarização foi negado ou interrompido na idade certa, produzindo os milhões de analfabetos e consequentemente os bolsões de pobreza, o desemprego e toda a sorte de problemas sociais. Do ponto de vista legal, o artigo 5º do texto constitucional, garante tanto aos brasileiros quanto aos estrangeiros residentes no Brasil o direito à igualdade, além de outros assegurados no rol dos direitos e garantias fundamentais a todos os cidadãos.