Esta Antologia, datada de 2 de Julho de 1961, foi a sétima e última organizada pelo autor. Manuel Bandeira nasceu no Recife, Pernambuco, a 19 de Abril de 1886. Fez o ensino primário no Recife e o secundário no Rio de Janeiro. Como desejava ser arquitecto, frequentou o primeiro ano da Escola Politécnica de São Paulo, ao mesmo tempo que estudava desenho e pintura à noite. Em 1904, atingido pela tuberculose, foi obrigado a abandonar os estudos. Sob influência de Apollinaire e Charles Cros escreveu os seus primeiros versos livres em 1912. Em 1913 foi para o sanatório de Clavadel, na Suíça, onde conheceu Paul Éluard e Gala. Voltou ao Brasil em 1914 devido à eclosão da I Guerra Mundial. Lê Goethe e Heine no original. Em 1917 publica A Cinza das Horas, em edição de autor. Perde a mãe em 1916 e a irmã, que era sua enfermeira, em 1918. Em 1919 publica Carnaval. O ano seguinte é o da morte do seu pai. Em 1921 conhece Mário de Andrade. Está ausente da Semana de Arte Moderna (1922) onde, no entanto, é lido um poema seu. A partir de 1924 colabora no "Mês Modernista", secção de trabalhos modernistas publicada no jornal A Noite. Em 1924 escreve O Ritmo Dissoluto, em 1930, A Libertinagem e em 1936 A Estrela da Manhã. A sua obra poética será reunida em Estrela da Vida Inteira, publicado em Abril de 1966, por ocasião do seu octogésimo aniversário. É nesse ano que compra uma casa em Teresópolis, a única que possuiu em toda a vida. Manuel Bandeira é considerado o grande percursor e impulsionador do Movimento Modernista brasileiro, iniciado em 1922. Além de uma vasta obra poética, deixou livros de crónicas (Os Reis Vagabundos e Mais 50 Crónicas e Andorinha, Andorinha), memórias, narrativas, numerosas traduções do espanhol, do francês e do alemão, um compêndio de Histórias das Literaturas e outro das Literaturas Hispano-Americanas, antologias da poesia brasileira e estudos sobre Gonçalves Dias, Antero de Quental e outros poetas.