Não são poucas as simbologias para boca, por ela passa o alimento, a palavra, o palavrão. É ponto de partida e origem de contradições e ambiguidades, afinal, afaga e escarra. A boca de Marlene é marcante, excitante, pode ser a boca do filho que gargalha, da mãe que implora, da professora que inova, da mulher que ama, da poeta que busca. É a boca que grita por direitos à igualdade, contra o fascismo, mas que também declama sonetos de amor. É boca que alimenta outras bocas, com comida e arte. É dela que sai uma voz forte de contralto que (en)canta e atua. É boca de artista fingida, trapaceira e verdadeira. Rosane Cordeiro A Série Palavra de Mulher traz publicações de autoras catarinenses que fazem da palavra escrita uma ferramenta para a reafirmação e reinvenção do que é ser mulher no mundo. A partir de suas próprias experiências, essas meninas se reinventam em suas apreensões e impressões da realidade por meio da literatura e das artes, e em suas sensações, [...]