Nunca preenchemos tanto a educação, dentro e fora da escola, com adjetivos e com mensagens e imaginários de grandes ideais humanos e humanizadores: educação integral, educação para a paz, educação e valores humanos, educação e direitos humanos, educação inclusiva, educação holística, educação ambiental, educação popular e tantas outras. De outra parte, vivemos agora dentro e fora da sala de aulas, dentro e fora da escola, tempos de conflitos e contradições, de violência, de ainda tanta exclusão efetiva, enfim, de uma tão grande e crescente ameaça de uma educação cada vez mais colonizadora, empresariada, burocratizada, instrumentalizada, subserviente, enfim, não ao primado da pessoa e da sua felicidade, mas ao domínio da empresa de negócios e de sua rentabilidade. Diante desses e de outros feitos e fatos bastante conhecidos de todas e de todos nós, deveremos empenhar-nos ativamente em desvendar novos rumos e ousar novas ideias. E penso que justamente é do lugar onde a educação parece existir em sua escala mais simples e quase sempre mais esquecida e desvalorizada que talvez possam emergir as mais fecundas e ousadas novas ideias e novas práticas de uma nova e transformadora educação. Sabemos que da Pedagogia da Alternância à Educação Popular, foi no campo e entre comunidades simples de camponeses que surgiram e frutificaram algumas das experiências mais criativas da educação entre nós. Carlos Rodrigues Brandão