O romance Hipérion ou o eremita na Grécia, de Friedrich Hölderlin, é o produto de um paciente trabalho de elaboração. A versão definitiva, publicada em 1799, sete anos depois do célebre Fragmento de Hipérion, esboço do romance, contou com a indicação de Schiller, um dos mais destacados escritores da literatura alemã. Friedrich Hölderlin, poeta lírico e romancista, nasceu em Lauffen, em 1770, e morreu em Tübingen, em 1843. O autor começou seus estudos em Teologia na Universidade de Tübingen em 1788, quando conheceu Hegel e Schelling, os quais mais tarde se tornaram seus amigos. Hölderlin considerava a cultura grega antiga de uma forma diferente da maioria de seus contemporâneos, sobretudo ao enfatizar as características anticlássicas dessa cultura. O autor descobriu na Grécia o lado dionisíaco, o que foi ignorado por Goethe e exaltado por Nietzche. Hipérion ou o eremita na Grécia, romance epistolar cujos protagonistas expõem suas impressões e sentimentos ao longo de toda a narrativa, vem corroborar a excelência do poeta, e o coloca ao lado dos mais significativos escritores da literatura mundial.Há romances que atravessam os séculos conquistando leitores e exigindo uma renovada interpretação. Este é o caso de ´Hipérion´, uma das obras mais consagradas da literatura alemã. Reunindo as lembranças do herói Hipérion enviadas por carta ao seu amigo Belarmino, o romance narra com delicada sensibilidade os sofrimentos trazidos por uma paixão distante e pelo ímpeto idealista que o move para a guerra. Com este livro de beleza tocante, o leitor reconhecerá alguns dos motivos que dominaram a cultura ocidental, como o panteísmo e a busca da harmonia e da serenidade interiores, valores que ainda apreciamos na antiga cultura grega.