A primeira edição de Burguesia e Trabalho foi publicada em 1979 a partir da dissertação de mestrado de Angela de Castro Gomes, defendida no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, o Iuperj. Após trinta anos, a obra ressurge numa segunda edição que respeita integralmente a original constituindo uma verdadeira fonte de estudo para historiadores, cientistas sociais e pesquisadores do Direito, cujas investigações têm como foco a legislação que regulamenta o mercado de trabalho no Brasil. Questionando o discurso dos revolucionários , que exaltavam a ação de Vargas frente a ausência de debates e iniciativas dos anos anteriores, Burguesia e Trabalho revela como essa legislação trabalhista foi outorgada por um Estado autoritário, que se dizia o contrário da República Liberal anterior à Revolução. Como revela a pesquisa da autora, a Revolução de 30 não construíra uma verdadeira ruptura no terreno da legislação social e trabalhista; nesse sentido, a obra assinala as continuidades e descontinuidades existentes entre a Primeira República e o pós-30.