O livro trata da responsabilidade civil a partir da nova teoria dos contratos, elegendo a cláusula geral da boa-fé como fundamento para análise de casos concretos nos quais se discute o papel do magistrado e os limites de sua atuação na fixação dos contornos da reparação devida pelo inadimplemento obrigacional nas relações privadas. Partindo da reensão que os deveres gerais de conduta impõem-se tanto ao devedor quanto ao credor, busca-se uma redefinição do modo de pensar a responsabilidade civil, mudando o foco da fi gura do ofensor e da análise de sua conduta para se preocupar com os danos infligidos à vítima e as alternativas disponíveis para garantir a sua reparação. A obra resulta em contribuição relevante ao desenvolvimento do direito civil e da teoria jurídica em geral, e do direito contratual em especial, com análise crítica substantiva da doutrina científica. A escrita fluente e o recurso constante a exemplos são convites para o leitor interagir e dialogar com os pressupostos e conclusões adotados. Paulo Luiz Nett o Lôbo arabenizo o autor pela habilidade de desenvolver um refinado raciocínio jurídico na esteira da chain novel de Dworkin: a onfecção de um capítulo novo e instigante na narrativa obrigacional, com tota respeito ao percurso normativo e doutrinário dos capítulos que lhe antecederam. Ehrhardt inicia pela teoria do fato jurídico, transporta a responsabilidade civil para os confins da legalidade constitucional, conduz o inadimplemento ao locus de fase patológica do processo obrigacional e finalmente propõe um perfi l adequado para o direito de danos diante da perturbação de uma relação obrigacional. Isso é tudo que se espera de um trabalho denso e ponderado, somente passível de encadeamento por um profissional maduro e profundamente comprometido com o seu tempo.