Muitas vezes, ao nos referirmos à sala de aula, pensamos apenas na aprendizagem que ocorre com o discente. Todavia, nesse contexto, todos estão a se construir. O professor, sendo também um ser incompleto, está aí em processo de construção de sua subjetividade, ou seja, aprendendo a arte de se relacionar e se tornar, a cada interação, mais humano. Homem e linguagem são realidades inseparáveis. Essa cumplicidade justifica-se pelo fato de que, ao mesmo tempo em que o homem se utiliza de sua linguagem para se fazer "homem", no sentido de construção do "eu", construindo assim sua história, sua identidade, interage com outros indivíduos dando-lhes e recebendo visões de mundo. São essas características do homem que o qualificam como ser social. Um ser em constante busca de si mesmo. Isto justifica seu gosto pela aventura e seu fascínio pelo desconhecido. Desconhecido desvendado por meio da intervenção realizada pela linguagem. Logo, o que se busca em cada aula é a compreensão, por essa ser dialógica, ou seja, uma relação de sujeitos na qual há desejo não apenas de conhecer quem é o outro, mas, principalmente, compreendê-lo, pois, o ato pedagógico é um ato dialógico. É necessário deslocar o foco apenas direcionado ao professor, ou apenas ao aluno, pois no contexto escolar o que nos faz sujeitos históricos e sociais é a intercalação de vozes produzidas aí, não importando quem apenas fala, mas todos que participam desse ato dialógico. Essa atitude possibilitará ao educador não apenas verificar sua prática, mas analisar os problemas que ocorrem na relação pedagógica e verificar se os objetivos propostos estão sendo atingidos.