Encenada pela primeira vez em 1955, Auto da Compadecida é uma união bem-sucedida entre o popular e o erudito, e está, com justiça, entre os textos mais celebrados do teatro brasileiro. Inspirado nos romances e nas histórias do Nordeste, Ariano Suassuna apresenta os amigos João Grilo e Chicó, cujas malandragens os levarão a situações extremas, sempre com muito humor. Trata-se também de uma crítica ferina sobre a condição extenuante do pobre nordestino e de sua luta desigual contra os ricos, patriarcado rural, a polícia e até mesmo contra o Diabo. E é à Compadecida, Mãe de Deus de Nazaré, que João Grilo recorre quando a contenda está na iminência de um fim trágico.