Na ausência de relatos totalizadores, o que fazer com aquilo para o que não encontramos respostas? Como nos colocar à altura do que pode acontecer? Como pensar uma antropologia e uma estética da iminência em uma Sociedade sem relato? Estas questões dão a dimensão da potência da busca analítica proposta por Néstor García Canclini. É no entrecruzamento das práticas e teorias sociais com o trabalho artístico e as teorias estéticas que o autor empreende uma nova cartografia da percepção e da sensibilidade, interrogando vigorosamente as condições de produção da arte na contemporaneidade, os meios de compreendê-la e as nossas práticas. Desprovida de um relato totalizador, a sociedade é então interpelada desde a iminência pelos artistas, desafiando os consensos apaziguadores da filosofia e da antropologia sobre os muitos modos como nos agrupamos e conduzimos além daqueles pelos quais as ciências procuram conhecer e abarcar o que no presente não cessa de nos escapar.