A criminalidade urbana é tema central da agenda cotidiana dos brasileiros. Os noticiários estão repletos de manchetes que remetem ao medo de se viver nas grandes cidades do Brasil. A obra pretende buscar a(s) raiz(es) desse fenômeno e localizar os processos sociais que engendram a criminalidade no seio da gestão da própria cidade. Ao contrário do caminho usualmente perseguido no campo do Direito Penal, ou seja, o da prevenção por meio do chamado controle social formal (exercido pelos órgãos que compõem o sistema punitivo estatal), que tem como elemento central a ameaça da pena, a obra percorre as sendas do controle social informal, isto é, aquele exercido pelos grupos sociais em face de seus membros (família, escola, comunidade etc.). Tal escolha impacta no momento das propostas de intervenção: na exata medida em que se defende que a criminalidade urbana está diretamente relacionada com os processos de crescimento e formação da cidade, mister que a prevenção seja pensada nesse diapasão: recuperação do espaço urbano e estratégias de reforço dos laços comunitários são a tônica do que se propõe como intervenção. O referencial teórico central das reflexões iniciais é a Escola (criminológica) de Chicago, buscando-se sempre contrastar e validar as assertivas com a realidade brasileira, sobretudo na cidade de São Paulo, escolhida como parâmetro analítico.