Georg Simmel (1858-1918) continua pouco lido e, mesmo, ignorado não raro, de modo intencional. O motivo é nítido: desde o início revelou-se um pensador que não seguia os trilhos ideológicos reconhecidos e abençoados, na universidade e fora dela. No entanto, é um pensador fundamental para a compreensão não apenas de seu tempo como do mundo atual. Em A tragédia da cultura, sem perder tempo com as ideias batidas e superficiais de cultura derivadas de uma primeira antropologia e em seguida postas a serviço da economia e da ideologia, mostra como a cultura é o percurso do ser humano rumo a si mesmo num processo de ampliação constante de sua existência. Mas não esconde que a cultura, hoje mais que nunca, aceita uma lógica que a afasta sempre mais daquilo que poderia oferecer... Georg Simmel pensou fora da caixa, o que torna sem sentido apresentá-lo como filósofo e sociólogo ou coisa análoga: mentes poderosas transgridem fronteiras. Simmel interessava-se por pensar o mundo e a vida [...]