A partir de uma abordagem assumidamente crítica, o autor faz o percurso tradicional da 'evolução' das idéias econômicas desde o founding father da disciplina (Adam Smith) até as contribuições ditas heterodoxas mais recentes, dos pós-keynesianos e neo-institucionalistas. Neste longo caminho, Hunt argumenta, de forma convincente, que a Economia não é - e jamais foi - uma disciplina livre de valores, digam eles respeito às relações de classe, à distribuição de renda ou à natureza e ao papel do Estado, por exemplo. Sem esconder a sua simpatia pelos autores na tradição da economia política 'radical', Hunt, ainda assim, dá o espaço devido para um tratamento detalhado, ainda que não-técnico, das origens e desenvolvimento do paradigma neoclássico, que vem dominando o modo de fazer e pensar Economia nos últimos 100 anos. Quer se concorde ou não com o julgamento que o autor faz do caminho percorrido pela disciplina desde Smith, não se pode deixar de louvar o fato de que seus argumentos são apresentados dentro do contexto histórico e institucional relevante, lembrando que as idéias (econômicas ou não) não surgem, se firmam ou perdem espaço em um vazio a-histórico.