Este é o terceiro volume da nova edição, totalmente revista e atualizada, de uma obra realizada por professores e colaboradores do Instituto de Estudos Portugueses da Universidade de São Paulo que, desde 1961, vem abrindo novos caminhos para o ensino da literatura portuguesa no Brasil. Este Presença da Literatura Portuguesa - Volume 3: Romantismo-Realismo estuda dois dos mais significativos movimentos literários portugueses. O Romantismo, surgido em 1825, com sua doce ou trágica fragrância verbal emanando a cada cena; e o Realismo, em 1865, mobilizando a linguagem literária com retratos dos costumes e da vida cotidiana. Numa divisão rigorosa ao extremo, mas facilitadora, podemos dizer que o século XIX floresceu sob os perfumes incensadores de sensações e imagens emanados do discurso caudaloso dos românticos e amadureceu, a partir da segunda metade desse século e até o seu fim, no rigor cientificista da lucidez buscada pelos retratistas de costumes e cenas da vida cotidiana. Na escola romântica, cantam e contam a alma de Portugal e dos portugueses Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho, Camilo Castelo Branco, Soares de Passos, Júlio Dinis e João de Deus. Já o Realismo registra a presença de uma das mais brilhantes gerações de escritores de que se tem notícia numa só escola: Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Gomes Leal, Cesário Verde, Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Teófilo Braga. Foi mais que o suficiente para um único século. Foi demais, tanto que até hoje os estudamos com o impacto de revelações daquilo que nunca deixa de ser novo, mesmo consagrado.