alice, quer resgatar os utensílios do chá, que pertenceram ao seu sogro, o sr. chinai, que veio do japão para o brasil aos dezessete anos de idade, no começo do século xx, para esquecer um amor impossível. esse homem obstinado e corajoso, de simples agricultor, passou a colecionador de obras de arte e foi muito importante para a colônia japonesa na cidade de são paulo. enriqueceu, perdeu tudo, mas manteve a firmeza de caráter. sua trajetória de vida é contada durante os rituais do chá, que ele oferece para a nora alice e kashimy, seu filho adotivo. assim o leitor vai conhecendo personagens cujas características são a determinação e o empenho à palavra dada, como ayako, a mãe biológica de kashimy, os motivos e a decisão em doá-lo aos dois anos de idade. sua incrível volta, após tantos anos, acaba tendo primordial importância nas adoções dos filhos dele, ambos nísseis, coisa rara entre os japoneses. a cerimônia do chá, tradição japonesa meticulosamente descrita, é o pano de fundo para diálogos, emoção, descobertas e a confirmação de que sua prática gera harmonia, seu principal objetivo. é uma forma de mostrar não só a cultura oriental, mas o verdadeiro espírito deste povo, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento de nosso país. rosana montero cappi