O leite, produto da maior importância social, ocupa lugar de destaque na oferta de consumo interno, como fonte básica de proteína animal. O Brasil, apesar de possuir o maior rebanho bovino leiteiro comercial, produz somente cerca de 1/4 do leite/animal/ano, comparado aos dos países desenvolvidos.Os problemas relacionados a esta baixa produtividade tem sido uma constante nos debates entre pecuaristas, pesquisadores, entidades de classe e até pelo consumidor urbano. Predominam os sistemas extensivos com utilização de técnicas tradicionais, ocorrendo modesta taxa de desfrute e baixa produção por rebanho. De maneira geral as propriedades brasileiras envolvidas com a produção de leite apresentam índices de uma atividade extrativista.Temos perdido tempo precioso em discussões estéreis, cujo resultado mais claro é que os criadores, atordoados, nada fazem. Perplexos diante de tanta erudição não sabem mais o que pensar e continuam na rotina dos pais, avós, bisavós e vícios próprios. Cada criador tem sua história, experiência, casos a contar, erros e acertos.Apesar disto, enquanto persistir esta exploração tradicional, que exige do produtor rural conhecer e cuidar de seus animais a sua maneira, aprisionado às suas convicções e sentimentalismos, muito pouco poderá ser feito para alterar a panorâmica da pecuária leiteira. O que os produtores querem e precisam não é teoria, não é discussão científica, porém fatos, conselhos e instruções práticas, de modo a poderem aplicar seus esforços, recursos e boa vontade no seu empreendimento.O potencial de produção de leite em pastagens do Brasil Central continua sendo ao redor de 350 kg/ha, quando podemos atingir seguramente até 10.000 kg/ha. Nestas condições de exploração da nossa riqueza natural das pastagens, o uso de concentrados deixa de ser um suplemento da alimentação para representar uma fração significativa da dieta animal.O esforço administrativo e os investimentos financeiros devem ser aplicados efetivamente em fatores que modifiquem a estrutura de produção, e, portanto, os índices de produtividade, tornando o sistema viável como resultado econômico de uma atividade produtiva, favorecendo o desenvolvimento da bovinotecnia intensiva a pasto.Neste livro são indicados caminhos e procedimentos técnicos capazes de propiciar melhores rendimentos à pecuária leiteira, numa tentativa de oferecer uma visão generalizada aos produtores, estudantes e técnicos de ciências agrárias, mais no sentido de atualização do que de pesquisa.Este foi escrito em linguagem acessível ao leitor, sem contudo faltar com o compromisso de algumas definições e termos próprios à matéria descrita, abordando o embasamento necessário para adoção das técnicas de manejo e elucidando os processos biológicos, envolvendo também aspectos puramente práticos.