Qual a natureza da relação consigo que faz de cada um de nós um eu? Essa é a principal questão que este livro aborda de forma sistemática, beneficiando-se das contribuições de autores tão diversos quanto Montaigne, Stendhal, Proust, Sartre, Girard e Ricour. Contrariamente à idéia recebida, a relação consigo não é uma relação de conhecimento imediato. No fundo, o eu se relaciona consigo mesmo de modo práticoe normativo: crer nisto ou desejar aquilo consiste em engajar-se no seguimento do que se tem razão de pensar ou de fazer. Uma teoria do eu desse tipo tem importantes conseqüências éticas examinadas pelo autor. Assim, seremos capazes de compreender melhor o que é "ser nós mesmos", de ver como o conhecimento de si se torna com freqüência um ato de autocriação e de avaliar até que ponto nosso bem é fruto do imprevisto.