O Direito Alternativo, no início da década e noventa, escandalizou os juristas tradicionais, foi visto como uma terrível ameaça revolucionária e alguns magistrados no poder pediram a prisão dos alternativistas. Ao mesmo tempo que o movimento alternativo empolgou multidões e serviu de caminho para muitos operadores do direito que haviam lutado contra a ditadura militar e, também, para os novos operados: os estudantes em busca de um mundo melhor. Pela primeira vez a crítica jurídica, até então restrita à academia universitária e a poucos pleitos de advogados altaneiros sempre fadados ao insucesso, passa a ser base das decisões de poder proferidas por juízes de direito. A ideologia do Direito Positivo foi desmascarada. Mais do que isso, foi combatida desde o próprio interior do Poder Judiciário. Houve uma ruptura com a forma histórica, conservadora e tradicional de se ver e operar as instituições jurídicas. Vinte e três anos se passaram. A ditadura é apenas uma triste lembrança . Um partido autointitulado dos trabalhadores subiu ao poder com a proposta de mudar o Brasil a partir das concepções de esquerda. A desigualdade social diminui ao mesmo tempo em que o capital e as instituições financeiras contabilizam lucros recordes e recebem da maioria dos tribunais a interpretação das leis necessárias aos seus interesses. Virou o Século, mas o Direito Alternativo continua necessário, talvez com nunca. O livro conta com essa história e convida o leitor a continuar na luta por democracia material e pelo estabelecimento de Justiça Social em nosso Brasil. Sigamos.