A principal dificuldade a enfrentar na organização dos conjuntos de disciplinas que formam os dois primeiros semestres dos cursos de Engenharia reside no ensino do Cálculo Diferencial e Integral. Esta dificuldade se deve à importância dos conceitos e técnicas do Cálculo para quase todas as demais matérias e à concepção do curso de Cálculo a ser adotada - formal ou intuitiva. O ensino da Mecânica, por outro lado, exige pesadamente conhecimentos de Cálculo, e é muito difícil coordenar o ensino de Cálculo com o de Mecânica, na sua programação ao longo do tempo. Para procurar superar tais dificuldades, surgiu, a partir de 1985, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com o apoio do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo,a idéia de dar um curso integrado de Mecânica e Cálculo, a parte de Cálculo seguindo a concepção intuitiva. Paralelamente a este curso é oferecido um curso de Cálculo Diferencial e Integral mais formal e completo, No curso de Mecânica é introduzido e aplicado sistematicamente, e sem grandes preocupações formais, um tratamento numérico das derivadas, das integrais definidas e das equações diferenciais, e são utilizados programas prontos de computação. Tal procedimento permite motivar e utilizar o curso de Cálculo Numérico, além de dar ao estudante uma visão mais completa de como a Engenharia enfrenta hoje problemas complexos, utilizando de forma integrada recursos de Cálculo, Cálculo Numérico e Computação. O texto que agora está sendo editado corresponde ao curso de Mecânica concebido de acordo com as idéias acima apresentadas. Acreditamos que ele possa ser útil aos estudantes, tanto sendo utilizado da maneira aqui descrita, quanto complementarmente aos cursos tradicionais de Cálculo e de Mecânica.