Anansi, que fez uma breve aparição como o sr. Nancy em Deuses Americanos (Conrad 2002) revela-se em toda sua essência: o deus trapaceiro, amante de brincadeiras e da boa vida. Anansi decide sair de cena e é justamente o momento em que a vida de Charlie fica cada vez mais complicada e estranha. Charlie, ou Fat Charlie, perde o pai e no seu funeral descobre que seu pai na verdade era o deus Anansi. Ao voltar para Londres, Fat Charlie terá que lidar com os novos acontecimentos bizarros em sua vida: um estranho declara ser seu irmão e passa a fazer coisas fantásticas, como roubar a noiva de Charlie, Rosie, e mudar todo o relacionamento de Charlie com Grahame Coats, seu irritante e inescrupuloso chefe. Um mundo novo se abre e engole Fat Charlie, um mundo que antes era apenas tedioso e opressivo. Os Filhos de Anansi mistura mitologia com toques xamanistas, elementos do folclore afro-americano, uma deliciosa descrição do mundo interior de um homem muito tímido e relações familiares bastante conturbadas. Tudo isso envolto num humor capaz de fazer o leitor rir com uma fala de uma única linha, um humor discreto que percorre todo o livro.